
Disponível em: Fnac, Wook, Bertrand, Almedina e outras livrarias perto de ti.
Testemunhos
Uma das qualidades que mais admiro no Rodrigo, e que se reflete na sua escrita, é a capacidade de retirar “a máscara” e ser transparente.
Tiago Rego
Esta leitura ajudou-me a lidar com o meu lado “mais pequenino” e a desmistificar essa aventura do que é ser pai ou mãe.
Marisa Costa
Mas o que me surpreende é a inteligência e bom senso que estes textos manifestam num campo em que todos sentimos muitas dúvidas.
Jorge Sales Golias
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Excerto
Ao ouvir pela primeira vez o bater do coração do meu filho, ainda na barriga da mãe, comovi-me. Senti uma onda percorrer-me o corpo. Uma excitação graudinha tomou conta de mim. Senti as pernas fraquejar e o coração acelerar. Algo dentro de mim instalava-se definitivamente. Ia ser pai.
Sempre tive uma ideia romântica do que seria ser pai. Imaginava-me um daqueles pais tranquilos, que utiliza o humor e a sabedoria para lidar com as dificuldades dos seus filhos, sem nunca se exaltar ou se descontrolar. Mal eu sabia. Controlo foi o que eu descobri que não tinha, nem sobre eles, nem sobre mim.
Fui pai aos vinte e sete anos – jovem para o meu círculo de amigos, velho para o círculo de amigos dos meus pais. Eu sabia tão pouco. Onze anos depois, pai de um filho e uma filha, sei que me estou a tornar numa pessoa diferente – uma melhor versão de mim. É essa a exigência que vem com o milagre de ter estas duas pessoas na minha vida.
Ser uma melhor versão de mim, não é uma exigência de ser mais rico, inteligente ou capaz. É uma exigência de aprender a amar-me, a ser paciente e a confiar na vida. Não é demais dizer que os meus filhos têm sido o meu mestre espiritual. Aquele que bate na testa do discípulo com a vara de bambu, repetindo o koan que contém a sabedoria inacessível através da razão.
À medida que fui levando com a vara na testa, fui escrevendo sobre o que sinto, sobre as minhas dificuldades, as minhas incompreensões, mas também sobre as minhas conquistas e deleites. Este livro nasceu da vontade de partilhar de forma honesta, sem receitas, nem cenários cinematográficos, aquela que é a experiência interna de um pai igual a tantos outros. Foi escrito para os pais que se culpam por não fazer melhor, para os que se descontrolam e os que se controlam em demasia. Foi escrito para os que têm medo de errar, os que estão cansados e os que vibram com os pequenos sucessos. Foi escrito para os que gostam de desabafar e para os que guardam tudo para si. Só não foi escrito para pais perfeitos. Esses só existem na nossa ansiedade daquilo que deveríamos ser.
Tal como não acredito que haja uma forma certa de se ser pai, também não há uma forma certa de se ler este livro. Encontrarás dentro destas páginas vinte e três pequenas histórias. Cada uma com um princípio, meio e fim. Podes lê-las de enfiada, ao calhas, ou de trás para frente. Terás tu de descobrir qual a forma que faz mais sentido para ti. Eu apenas as ordenei segundo uma certa lógica – a minha lógica. Sente-te livre para concordar, discordar, emocionares-te, zangares-te e até para pores o livro de lado e não o leres.
Vais reparar que o nome Carla aparece em algumas das crónicas. Foi inevitável referir a minha companheira de vida, mãe dos meus filhos. Optei por usar o nome próprio dela porque ainda não encontrei outra forma mais adequada de me referir a ela – “a minha mulher” é demasiado possessivo; “a mãe dos meus filhos” é redutor; “a minha esposa” é estranho. No caso dos meus filhos optei por não referir os seus nomes. Espero assim proteger a sua privacidade, tal como tentei fazê-lo ao longo das partilhas.
Tornar-me pai tem sido o processo mais transformador da minha vida. Espero que a partilha sobre o que estou a aprender no caminho seja valiosa para ti. Boa leitura.
Olá Rodrigo! Gostaria de adquirir uma cópia do seu livro mas todos os emails que envio vêm devolvidos. Poderia entrar em contacto? Obrigada
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Olá Teresa. Eu estive com problemas no email, mas entretanto já está corrigido. Podes voltar a tentar, sff?
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