Faltam menos de dois minutos para terminar o jogo. O número dez dos Galitos de Aveiro lança a bola da linha de triplo e encesta. Ainda por cima sofre falta que converte num lançamento livre. É o terceiro triplo seguido que a equipa adversária encesta. Ainda há momentos a nossa equipa estava a ganhar porContinue a ler “Onde vai um, vão todos”
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Quando as emoções ameaçam transbordar
Estou sentado numa cadeira recuperada pela minha tia. É laranja, almofadada e com reforço lombar. Não é perfeita, mas é a minha preferida. Os meus dedos percorrem um teclado preto. Têm a sua própria memória. Encontram teclas, que mesmo que eu pense, não sei onde estão. Os meus olhos estão fixos num monitor. Hipnotizados. ComoContinue a ler “Quando as emoções ameaçam transbordar”
Tu és o Sócrates
Um dia regressava a pé do dentista com o meu filho Leonardo, quando ele me disse: Tu és o Sócrates. Fiquei surpreendido. Estar-me-ia a acusar? Talvez se sentisse enganado pelas minhas promessas de pai no dentista: Não vai doer nada. Talvez estivesse zangado com as minhas falhas no pagamento da sua semanada. Mas não, nãoContinue a ler “Tu és o Sócrates”
Papá, já podemos ver desenhos?
Recreio. O Leonardo é ladrão. Numa jigajoga arriscada, tenta escapar-se de um polícia. Cara contra um poste. Cai no chão. O sangue jorra-lhe da boca. A professora toma conta da situação e ordena uma busca geral. O dente desaparecido é encontrado no meio da terra e é prontamente colocado num copo com leite. Por meroContinue a ler “Papá, já podemos ver desenhos?”
Desculpa ter gritado contigo
Tudo começou com o alarme a tocar à hora prevista – aquela que eu tinha calculado, num momento de lucidez, como ideal para que houvesse tempo suficiente para todos os imprevistos que podem suceder durante a manhã. Estava sozinho…
O que eu gostaria de ter sabido quando fui pai
Quando ainda não tinha dois anos estive desaparecido durante uma hora na praia. Depois de muito stress e angústia dos meus pais e amigos que me procuravam por todo o lado, fui encontrado longe, dentro de um toldo, a brincar tranquilamente com outra criança. Este episódio que ficou registado para sempre na história da famíliaContinue a ler “O que eu gostaria de ter sabido quando fui pai”
Em luta contra a vibração fantasma
Sento-me numa das cadeiras coloridas da bancada. Lá em baixo a aula de natação do meu filho de oito anos está prestes a começar. Sinto o impulso de agarrar no telemóvel. Resisto. Ao meu lado está um homem, provavelmente um pai. Apresenta a nova postura da evolução humana – pescoço dobrado, olhos fixos num paralalelipípedoContinue a ler “Em luta contra a vibração fantasma”
Um pai a descobrir como lidar com as emoções dos filhos
Lembro-me de estar sentado, à espera, nas urgências do hospital da CUF das Descobertas. Do outro lado da sala estava uma mãe desesperada com o comportamento irrequieto e barulhento do seu filho. No meio do ambiente de doença, a energia viva daquela criança era demais e a mãe sentia a pressão social dos outros pais,Continue a ler “Um pai a descobrir como lidar com as emoções dos filhos”
De que é que me arrependo na vida?
A casa-de-banho sempre foi um espaço de profícua imaginação. Foi sentado numa sanita que eu reescrevi, e consegui finalmente resolver, a peça “Cabo 20” que encerrava a récita do meu 11º ano. Foi no WC do restaurante Vivaldo’s, e não na sua fantástica esplanada com vista para o mar, que eu me lembrei do enredoContinue a ler “De que é que me arrependo na vida?”
Porque tive vergonha
A peça Ricardo III no Teatro Nacional D.Maria II ficará para sempre na minha memória, tanto pela força arrebatadora das imagens cénicas, como pela agressão à qual sujeitei o meu corpo. Comprámos os bilhetes com antecedência. Depois de consultarmos os especialistas, escolhemos os lugares centrais da primeira fila do primeiro balcão. Assim que a assistenteContinue a ler “Porque tive vergonha”