O que realmente importa – breve crónica natalícia

Está quase tudo pronto para o jantar de Natal. A mesa das crianças com nove lugares foi improvisada na sala. Em cima repousa uma casa de gengibre montada a oito mãos, entre gargalhadas e glacê espalhado pelas caras das minhas sobrinhas. As paredes revestidas de gomas ameaçam ruir a qualquer momento, ao ponto de alguémContinue a ler “O que realmente importa – breve crónica natalícia”

O que eu gostaria de ter sabido quando fui pai

Quando ainda não tinha dois anos estive desaparecido durante uma hora na praia. Depois de muito stress e angústia dos meus pais e amigos que me procuravam por todo o lado, fui encontrado longe, dentro de um toldo, a brincar tranquilamente com outra criança. Este episódio que ficou registado para sempre na história da famíliaContinue a ler “O que eu gostaria de ter sabido quando fui pai”

Desliga o telemóvel e põe a mão no coração

Quando eu era criança, a minha irmã era o meu anjo da guarda. Recordo-me de vir da escola com ela, de mão dada pela rua. Eu tinha seis anos e ela dezasseis. Vínhamos o caminho todo a rir com as suas maluquices. Uma vez rebolei, de tanto rir, no chão da rua Maria da Fonte.Continue a ler “Desliga o telemóvel e põe a mão no coração”

Compromisso de pai

Eu e a Carla sempre quisemos que os nossos filhos tivessem padrinhos e madrinhas. A ideia de convidar outros adultos para acompanhar de perto a vida dos nossos filhos parece-nos inteligente e cuidadora. Permite que haja um ponto de vista externo que não tem nenhum conflito de interesses com o resultado do desenvolvimento das crianças.Continue a ler “Compromisso de pai”

Aprender a ser pai

A nossa filha, com seis anos e meio, pediu para rapar o cabelo como o irmão. Nós começámos por ignorar o pedido, como se não fosse a sério. Ela insistiu ao longo de vários dias. Então dissemos-lhe que se após duas semanas ela continuasse com vontade de cortar o cabelo curto, a levaríamos ao cabeleireiro.Continue a ler “Aprender a ser pai”

Sim, é de minha livre vontade

Há quase 10 anos atrás, a Carla desceu 350 metros de slide, vestida de noiva, para se juntar a mim, ao som de Oh, Pretty Woman. Eu, esperava-a, deslumbrado e nervoso. Parte de mim estava ocupado a tentar controlar os acontecimentos para garantir que tudo naquela festa corria bem. Essa parte foi surpreendida quando estaContinue a ler “Sim, é de minha livre vontade”

A coisa incognoscível

Quando eu tinha treze anos, durante a confissão, um padre perguntou-me se eu já me tinha masturbado. Bastante desconcertado, acabei por confessar que sim. Eu tinha treze anos, claro que já me tinha masturbado! Levei como penitência ter de rezar já-não-sei-quantos Pai Nosso. Na altura, fiquei bastante revoltado e envergonhado com este episódio. Aquela perguntaContinue a ler “A coisa incognoscível”

O ouro que se esconde nas gavetas empoeiradas

Alguma vez tiveste a certeza de que em termos de identidade e valores pessoais já não havia nada de novo para ti na vida? Uma certeza que quando posta em causa por outras pessoas utiliza o famoso argumento: Eu sou assim e pronto. Acho que a primeira vez que vivi essa crença tinha dezassete anosContinue a ler “O ouro que se esconde nas gavetas empoeiradas”