Em janeiro de 2002, ao mesmo tempo que as primeiras moedas do euro começavam a circular, eu parti para Bolonha em Itália. Foi uma oportunidade única para explorar partes de mim, que eu não me permitia por medo de como isso poderia afetar a imagem que eu tinha construído ao longo de tanto tempo. PelaContinue a ler “A primeira aventura”
Author Archives: Rodrigo
Por detrás da máscara
Num período de quatro anos estive quatro vezes em tribunal para dar o mesmo testemunho sobre o mesmo caso. A primeira vez que entrei na sala de audiência senti-me intimidado. Não fazia a mínima ideia do que ia acontecer. Ninguém me explicou o que era suposto fazer e todos os que interagiram comigo foram formaisContinue a ler “Por detrás da máscara”
O chão que me suporta
A Sofia tinha quinze meses quando pela primeira vez se levantou, deu um passo, depois outro e ainda um terceiro, sem a ajuda de ninguém. Quando voltou a cair com o rabo almofadado no chão, já o mistério estava desvendado. Voltou a levantar-se, a andar e depois a correr. Quando o irmão e os primos,Continue a ler “O chão que me suporta”
de lábios secos
Não ta acreditas! Há-des-o ver. O gajo comprou um chapéu da mema côr que a cana. Agora dia sim dia não pega num botezito e pôe-se ao largo. Desgraçado! O meu pai nunca me percebeu. Dizia que eu era o primeiro pescador da família, como se fosse uma vergonha. Eu não me importava. Eu eraContinue a ler “de lábios secos”
De Rei a Saltimbanco
Ele era o Rei. Aquela praia era o seu castelo. As centenas de pessoas que se espalhavam pelo areal eram os seus súbditos. Um aproximou-se. O seu chapéu colorido sinía com os saltos que dava. Parecia que o chão o queimava. Era o Saltimbanco. Das vestes compridas e coloridas retirou um papel e estendeu-o aoContinue a ler “De Rei a Saltimbanco”
O Marionetista
Lembro-me de o ver sentado. A parede caiada de um armazém servia-lhe de encosto. Vestia de negro. Sempre de negro. Olhava para o fim da sombra que o cobria. Naquele muro imposto à planície ele era único. Alguns cabelos rebelavam-se contra o homem e assumiam a cor da parede. Olhou-me, os músculos da cara revolveram-se,Continue a ler “O Marionetista”