Um ano sem açúcar

Há um ano atrás, a meio do jantar da passagem de ano, dei por mim a declarar uma ideia ousada que andava a congeminar dentro de mim há algum tempo. Iria passar um ano sem comer açúcar adicionado. Entenda-se, não iria comer nada no qual tivesse sido adicionado açúcar, fosse de cana, de coco, fossemContinue a ler “Um ano sem açúcar”

Parar de me sentir em falta

Há mais de um mês que não publico nada no blog e tenho dado por mim a pensar: será que alguém sente falta? Logo em seguida surge uma caótica miríade de pensamentos: o que é que interessa às pessoas se eu escrevo ou não? estou a escrever isto porque quero que tenham pena de mim,Continue a ler “Parar de me sentir em falta”

Queixar-me ou não me queixar

Metade da turma está, mas não está. Portáteis abertos, conversas para o lado e olhares vazios. É como se eu não estivesse realmente presente, como se fosse um holograma emissor de informação com o qual não se têm de relacionar. Estarão ali apenas para não ter falta? Ganho coragem e explico-lhes um dos meus princípiosContinue a ler “Queixar-me ou não me queixar”

Os teus olhos são tristes

Os teus olhos são tristes, disseram-me um dia. Ah! Como a minha mente cognitiva desejou rejeitar essa acusação. Colocá-la no lixo da memória, onde milhares de conversas vagueiam perdidas para sempre. Eu só conhecia as minhas rugas de alegria, os rasgos radiantes na pele em torno dos meus olhos, e por mim estava bem assim.Continue a ler “Os teus olhos são tristes”

Quando as emoções ameaçam transbordar

Estou sentado numa cadeira recuperada pela minha tia. É laranja, almofadada e com reforço lombar. Não é perfeita, mas é a minha preferida. Os meus dedos percorrem um teclado preto. Têm a sua própria memória. Encontram teclas, que mesmo que eu pense, não sei onde estão. Os meus olhos estão fixos num monitor. Hipnotizados. ComoContinue a ler “Quando as emoções ameaçam transbordar”

Brincar não é infantil, é inteligente

Papá, queres brincar aos “Pais e Filhos”? – perguntou-me a Sofia um dia quando acabou os trabalhos de casa. “Pais e Filhos”, a brincadeira clássica em que temos a oportunidade de experimentar os outros papéis dentro da família. Não me apetecia nada e disse-lho. Surpreendentemente ela foi-se embora tranquilamente. Era assim tão natural não meContinue a ler “Brincar não é infantil, é inteligente”

Todos estamos a travar uma batalha

Quantas mais pessoas conheço, quantos mais países visito, quantas mais histórias ouço, mais se torna claro que todos estamos a travar uma batalha interna. Todos. Às vezes conscientes da nossa, mesmo que não a compreendamos. Quase sempre sem noção das batalhas dos outros. Todos somos humanos. O Papa, o Dalai Lama e eu. Como teContinue a ler “Todos estamos a travar uma batalha”

Experimentar a adolescência no próprio cabelo

Trinta e seis anos depois a minha família descobriu que eu tenho caracóis. Eu sabia que o meu cabelo não era liso – passei a vida a rapar o cabelo endemoninhado que tanto atrapalhava a manutenção de um ar socialmente apresentável. O que eu não sabia é que ao deixar crescer o cabelo se formariamContinue a ler “Experimentar a adolescência no próprio cabelo”

O que realmente importa – breve crónica natalícia

Está quase tudo pronto para o jantar de Natal. A mesa das crianças com nove lugares foi improvisada na sala. Em cima repousa uma casa de gengibre montada a oito mãos, entre gargalhadas e glacê espalhado pelas caras das minhas sobrinhas. As paredes revestidas de gomas ameaçam ruir a qualquer momento, ao ponto de alguémContinue a ler “O que realmente importa – breve crónica natalícia”